Autônomos
Pensar que tudo é obra do acaso não é tão simplista quanto pensar que tudo é providência divina?
Em última estância, nosso objetivo talvez seja o de ser autônomos como seres, em todos os sentidos. E para isto, necessitaremos estar libertos de absolutamente todos os dogmas já que, por definição, na autonomia eles não seriam mais necessários.
A evolução possivelmente salva. E enquanto não salva, trava discussões de oponentes absolutistas.
Um religioso - por assim dizer, já que muitos espiritualistas ou crentes não são religiosos no sentido convencional - nada mais é do que alguém que quer reconhecer a presença do imponderável em nossas vidas, ainda que frequentemente use métodos completamente defasados e ignorantes para fazê-lo.
Um ateu - por assim dizer, já que muitos ateus assim se denominam quase por falta de opção e sem ter plena convicção do acaso em nossas vidas - nada mais é do que alguém que não compactua com a ideia de que sejamos como teleguiados por conceitos de dominação de uma força suprema.
Me parece que nenhum dos dois grupos pode sustentar-se sozinho em suas convicções, pois a ambas cabem questionamentos, e é este questionamento afinal, a força que nos mantém caminhando. Evoluindo.
Se nossa finalidade for mesmo a autonomia de pensamento, de moral, de sentimento, de entendimento, de convivência, de decisão, o que nos aguarda pela frente como raça humana, e estamos há anos luz de ver este desfecho em nosso tempo, é a abertura e expansão de percepção e compreensão dos nossos valores e subconceitos encerrados em certezas sobre as quais não temos a mínima condição de nos apoiar.
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