Da aproximação do Outono



Não preciso do calendário
não preciso saber as horas, nem o ano, nem o mês
Basta abrir os olhos, os ouvidos
perceber os poros e ler a pele

Sinto a aproximação do outono 
porque sei que o sol brilha diferente
um calor mais convidativo, menos brutal
Uma luz que brilha em maior contraste


Sinto 
porque arremesso-me 
para tantos lugares
dentro desta nova estação

Celeste azul que chama a elevar a face
e sentir a atmosfera beijar-me o rosto
Sinto quando acordo, sinto quando durmo
sinto aos domingos, feriados santos

Outono que se anuncia tão sutil e tão intenso
que antes de chegar-se, já chegou
que nos antecipa ao que está por vir, e afina 
audição e sintonias

Resfria a brisa e ameniza os raios 
mas, misteriosamente, aguça os sentidos e a linguagem 
que não usa palavras
Liga os sensores, os motores da alma

Outono ainda virando a esquina
e neste meu mundo, as estampas outonais
já pintaram todas as paredes
Já contaram da estação que aportou.



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