A sangue frio.




Uma vez aqui ou ali, a gente se espanta, se choca mesmo com casos extremos de assassinatos onde a vítima era próxima do criminoso, ou aqueles onde o assassino foi depois consolar a mãe, o irmão, a esposa da vítima.

Ficamos estarrecidos, imaginando como pode alguém ter tamanho distanciamento, frieza, contenção; quase tanto quanto com o crime em si.

Loucura é a nossa, notarmos este comportamento patológico, apenas nas situações bárbaras que terminam com vítimas fatais.

Simples o porquê: nos encontramos suscetíveis a estar cercados de comportamentos bárbaros, a cada dia de nossas vidas. Acontece é que, muitos dos casos não deixam estas vítimas fatais, e sendo assim não recebem metade da devida atenção. Nos indignamos momentaneamente - quando a correria diária não impede até este breve luto - e seguimos apressados para o próximo pensamento.

Mas é o mesmo, o mesmíssimo comportamento frio e desconectado que encontramos, repetidamente, e em tantas situações. Os mesmos homicidas que atacam, estupram, sequestram e mutilam incontáveis aspectos de nossas vidas, com a impassividade de um matador de aluguel.

Se olharmos com calma, há tantos assassinos e assassinados a mais do que supõe nosso senso comum. Gente matando e morrendo, e agonizando, enquanto o crime permanece impune, isento de flagrante e condenação.


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