Ouvindo Isabel

Isabel Allende sempre me faz pensar sobre o que significa, de fato, ser Mulher no mundo de hoje, o que quer dizer "feminino" ou "feminina", que, para a maioria das pessoas - e mulheres - se resume a maquiagem, salto alto, sedução e docilidade.
Feminina, esta energia que cria, gera, busca. Que procura o entendimento, a conversa, o perdão, a igualdade, o amor, a leveza. Que igualmente, e ávidamente, protege a cria - e a "cria" de uma mulher pode ser uma comunidade inteira, cidade ou país - vai à caça de um meio de vida, se defende, se sobressai, se entrega, chora e grita para acalmar seu coração.
Em alguns lugares menos privilegiados do mundo, a feminilidade se destaca com mais propriedade. Se destaca porque precisa sobreviver. E encontra estes menores privilégios das mais diversas formas. Desde abuso físico, até o verbal. Desde famílias com filhos bastardos, até falta de cuidado familiar que se estende para relações amorosas abusivas. Desde sociedades nutrindo homens para continuar repetindo o modelo tirano de seus lares, até mães submissas e receosas em enfrentar patrões, maridos, estranhos.
Ser Mulher não é um estado de espírito que se veste ao sabor dos humores. Mulher é uma condição intrínseca que vai tão além de portar genitália feminina ou apresentar-se doce e condescendente, ou conhecer os truques de beleza e sensualidade para 'prender' o seu homem. Uma condição que se mostra na força que não se sustenta no físico, ou mesmo na agressividade de uma ameaça; força quase alquímica, atemporal, por vezes, muda. Força que vem do âmago dos sentimentos, esta mola motora do Universo.
E sim, força que nem nós mesmas ainda conhecemos realmente.
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