Da inaptidão de aceitar



Para onde vai o amor?
Aquilo tudo que o ouvido ouviu, era brincadeira?
Aquilo tudo que o olho viu, era sombra?
Aquilo tudo que a pele sentiu, era o vento?
Aquilo tudo que o coração per-ce-beu era equívoco ? Carência? Ilusão?
Digo que não.
Mas digo sem saber, digo por dizer, digo por querer que verdade exista.
Exceção?
Sim, sou. Embora nunca vista, nunca aceita, nunca abraçada.
Exceto quando vem aquela vontade tão tanta de que tudo não tenha passado daquela palavra tão feia, tão torta, tão amarga: engano. Vontade de que eu não tenha me mentido tanto assim.
Sabia de minha miopia. Mas, cegueira? Será possível, doutor?

Sim, vida. Aceito seus ciclos. Sou forçada, para viver.
Aceito que o querer foi muito, para transformar vício em virtude.
Mas não aceito que um chamado da alma possa ser transtornado a ponto de mero erro.
E tendo dito.


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