Coisa de Poeta
A grande força da poesia verdadeira está na sua independência. Um tipo de beleza autônomo, que resiste e persiste, sempre.
A poesia está nos olhos de quem a vê. Frequentemente, nos esquecemos.
É como um componente da retina, fixo em sua fluidez.
Não pode ser rígido, do contrário irritaria aos olhos. Flexível e permanente, se revela novamente em cada piscar. Como batidas de um coração.
Sempre que se abre os olhos, lá está, a poesia. Qualidade do que causa emoção, simples como querer viver. Generosa e doce em pequenos gestos, em detalhes quase tolos, em palavras claras, em toques sutis, no amor, na amizade, na surpresa do cotidiano, no cuidado, na atenção, na entrega, no pensamento, em cada possibilidade de sentir o belo, a todo momento.
Em nossos olhos multifocais, fica também neglicenciada a poesia, sob outras ênfases quaisquer que tenhamos escolhido.
Independe, porém, da paisagem, independe do tempo, independe do outro, independe de críticas, dores e temores.
A poesia prevalece , e nos invade sempre que deixamos. Está contida em nós, ainda que dela nos apartemos, ainda que optemos por olhares rígidos e irritados. Somos livres para toda escolha, e enquanto trilhamos outros caminhos, a poesia nos acena, paciente. Sempre estará disposta a retornar aos nossos piscares.
A vida seguirá sem poesia, se assim a quisermos. Os dias se sucederão, tão inexatos quanto nós mesmos, mas a poesia permanecerá eterna aos olhos de quem a quiser acolher.
Parabéns! Voce é pura poesia!
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