A Mulher do Ano Dois Mil

Não é fofa???
Obrigada, Adelaide Queridona!
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Ser mulher é muito mais do que nascer mulher. Muito mais do que um gênero inerente, o qual não se pede nem se escolhe, apenas se vive. Ser mulher é uma redescoberta recente que só pôde ser possível quando as mulheres começaram a ter espaço para ser elas mesmas.
Das desigualdades explícitas às desigualdades veladas, o caminho na busca deste "eu" continua para as mulheres, e com ele, também o nascimento de uma nova era para os homens.
As mulheres se reinventaram e, a partir disto, causaram no universo masculino a necessidade de reinventar a si mesmo. Os relacionamentos se reinventaram, as famílias se reinventaram, o mercado de trabalho se reinventou, a sociedade se transformou. Tudo com um toque da metamorfose galopante que tomou conta da realidade de ser mulher nas últimas décadas.
Aquela que antes ocupava a função única de coadjuvante dentro de sua vida e da vida dos que a cercavam, aprendeu que poderia viver o papel principal. E foi à luta. Venceu, e continua vencendo, seus próprios medos e tabus sabendo que a luta hoje, é outra. Tornou-se necessário saber lidar com o descriminação velada, à boca pequena nos corredores, ou dentro das casas e famílias.
A mulher é quase outra, e a sociedade que a cerca, também. Quase autônoma, quase independente, quase livre de pré-conceitos, quase bem remunerada, quase igual ao homem.
Talvez tenha ficado faltando o entendimento de que um homem e uma mulher não serão iguais jamais. A igualdade na qual se fala, é a igualdade que permite à mulher ser tão integralmente dona da sua vida quanto o homem, não a igualdade que pretende homogeneizar e transformar opostos numa mesma coisa.
Na igualdade de dois distintos, não haverão mulheres em locais remotos ainda vivendo em condições subumanas, nem tampouco esposas sendo agredidas por maridos que se julgam autorizados a usar força física para dominar e humilhar. Não haverão comentários jocosos sobre a mulher que vive com desinibição a sua sexualidade, ou mesmo seus impulsos de conquista amorosa. Não haverão empresas onde as subordinadas serão constrangidas por chefes sórdidos, ou funcionárias que se valerão de sedução para se favorecer diante de um superior, facilitando o caminho em busca de postos mais altos. Não haverão mulheres que rebaixarão outras mulheres meramente por serem...mulheres. Não haverão homens que rebaixarão mulheres. Não haverão, para as mulheres, limites incoerentes sob a justificativa de dado comportamento não ser "coisa de mulher", deixaremos para cada mulher decidir isso. Não haverão decisões de foro íntimo, como levar adiante, ou não, uma gravidez, sendo tomadas pelo estado ou igreja em nome das mulheres. Não haverá a ditadura de tipos físicos "ideais" - ditadura esta, alimentada pelas próprias mulheres - a ser perseguidos a qualquer preço. Não haverá indignidade.
Está muito mais nas mãos das mulheres do que dos homens, a igualdade desejada: aquela que respeita as diferenças, pois homens e mulheres não foram feitos para ser idênticos, somente para respeitar mutuamente seu idêntico valor. Ultrapassando machismos e feminismos, estará a individualidade de seres inteiros, e a parceria de gigantes que se olham nos olhos a partir de uma mesma altura.
A mulher do ano dois mil, que chegou depois da primeira etapa de luta por igualdade já conquistada, precisará se preparar, gradativamente, para ser mulher. Precisará se entender, se conhecer, se desvendar, se assumir, se amar, se merecer. Precisará dividir todas as suas descobertas com o mundo que a aguarda.
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Oi, querida...
ResponderExcluirConcordo quase inteiramente com o texto.
Home e mulher nunca serão iguais. Graças aos céus!!!
Um excelente fim de semana.
Beijão.
Oi Lindona!
ResponderExcluirOnde foi o 'quase'? hihi
beijos!
Bia, que texto bom, moça!
ResponderExcluirFaço parte de uma geração que brigou intensamente para ser respeitada nos seus direitos. Mas nunca me vi ou quis ser igual aos homens. Somos diferentes e são as diferenças que nos fazem parceiros.
Felizes todos os dias pra vc, moça!