Tantas coisinhas miúdas

certo dia
vi o vento
assobiar colorido
exibido
como a melodia fresca
que me entregava
ao ouvido.
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sempre vi a cidade 
com o olhar calmo 
do tempo 
que transforma a primavera, em verão .
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inadequação 
é quando o sim 
perde do não
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na poeira, chove nos olhos
enquanto caminho, choro na grama.

Gotas
tudo fértil, tudo lava.
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maquiagem de gente feliz
é covinha translúcida
e brilho dos olhos à prova d'água
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onde o passo faz a curva
se chegar a encruzilhada,
voo livre pela estrada
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nem vem que eu tenho mais de cem 
mentiras pra 
fazer parecer que ser sem você
é zen
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fui me sumindo
e quando, me achando
perdi o tom 
cantei sem som.
Rimei meu dom com criação.
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meu comércio seria
vender poesias por flores colhidas no dia
aceitando, porém, 
músicas, fotografias e cartões de débito.
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não te ausentes todo
que a medida do meu sorriso 
é a possibilidade de você.
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só não digo a verdade 
quando cai a tarde
e em ocasiões especiais
como aniversários , chás de cozinha e crises existenciais.
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é tanta a poesia
quando seu encanto
encontra
minha alegria
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não fossem as folhas e as flores
a me descansar o olhar
fecharia os olhos
para acordar.
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Fica combinado que a vida será, então, assim: 
acreditar, sonhar, repartir, realizar
e , novamente, 
começar.
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se a gente se encontrasse onde as ideias não passam pela razão, onde a verdade não passa pela interpretação, onde os sentimentos não passam pela comunicação,
nos encontraríamos, então.
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vejo pés de bebês, em seus sapatinhos de miniatura
ensaiando um caminhar como se conhecessem todos os segredos do mundo
e sorrio.
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a gente se quebrou
e a cola, acabou. 

"caía a tarde feito um viaduto" 
cantava o rádio, então.
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*Mandala de Marcelo Dalla